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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ócio, a oficina do diabo

“mente vazia é oficina do diabo” Adágio popular

Essa frase provavelmente foi proferida por algum senhor de café, um barão talvez, em referência há negros do cafezal que boicotavam serviços e instrumentos, ou seja, resistência a escravidão. Ou, numa linguagem marxista, por ser “uma idéia dominante, foi criada por uma classe dominante”. É algo que evidentemente se encaixa melhor na concepção marxista, pois a idéia é que se ocupe o corpo e a mente com tarefas de esforço físico e evite a reflexão.

Aristóteles já dizia que a política, e o poder de tomar decisões não são tarefas para filósofos, ou intelectuais, estes devem se preocupar apenas com o pensamento, e certas situações no âmbito teórico. É bastante compreensível, visto que o poder exige resposta rápida e eficiente sem a possibilidade da reflexão, e a reflexão por sua vez tem seu tempo próprio para amadurecimento – vendo assim, as decisões políticas são tentativas em busca do melhor.

Voltando a questão do ócio. Idéias assim só se perpetuam por vivermos numa sociedade egoísta, e totalmente alheia a situação dominante, ou seja, a lógica do capital. Pra situação dominante é um inferno o ato da sua reflexão, pois refletir é a possibilidade de abrir caminhos e mudar a situação atual – e isso não é interessante.

Confesso que minha cabeça anda uma verdadeira república de demônios ultimamente, pois descobri que amo o ócio – vejo a possibilidade de não pronunciar mais frases assim “eu prefiro vim trabalhar, num tenho nada pra fazer em casa”, isso é a verdadeira redução da condição humana, integridade ao simples ato do trabalho, recorro a Marx novamente, agora para encerrar, existem “pessoas que só são, enquanto trabalham”.