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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

PÃO PEDRAS E CAMINHO

É Jesus esse pão de igualdade, viemos pra comungar, Com a luta sofrida
do povo que quer ter voz, Ter vez, lugar.. Comungar é tornar se um
Perigo viemos pra incomodar,
Com a fé e a união nossos passos
Um dia vão chegar...


Olá Aline Flávia, é dito sempre que “uma igreja não vive só de fé, mas principalmente das celebrações da fé. Celebrar não é realizar um rito, mas ritualizar a vida diante de Deus e dos irmãos”. Os desafios para a construção do reino nos apresentam vários obstáculos, e realmente não é fácil, e é difícil unir a vontade ao fazer concreto. O próprio Cristo como você ressaltou enfrentou os desafios da vida terrena ciente de toda a dificuldade e mais ciente ainda do propósito a ser realizado. Eis então uma de nossas dificuldades, talvez seja saber qual é nosso propósito, porque caminhamos a igreja aos domingos? O que realmente queremos quando professamos nossa fé, e dizemos eu creio.
Olha que além do Pai, ainda foi nos concedido os exemplos do filho e conseqüentemente a presença do Espírito Santo. Falta apenas o colocar se de pé a caminho?... Os discípulos de Cristo sempre souberam das dificuldades que enfrentariam estando junto a Jesus, e o que mais me encanta neste relacionamento é justamente a sinceridade. Sempre que Jesus enviou os discípulos ele contou sobre as dificuldades, pois é uma relação de pessoas, “eu os enviou para o meio de lobos”, “quando alguém fechares a porta em sua cara”, era mais fácil então?
“Todas as vezes que comemos deste pão, todas as vezes que bebemos deste vinho se renova a paixão em Jesus Cristo e ficamos esperando sua volta”. Então se renova a paixão em Jesus cristo não há porque permanecermos inertes a sua obra, pois o sentido da páscoa de cristo é justamente de que a vida renasce. Você pronuncia isto aos domingos?
Outro momento em que proclamamos e isso necessita de uma reflexão é a aclamação em resposta a memória de Cristo.....Anunciamos Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde Senhor Jesus. Vinde senhor Jesus, como esperamos a vinda? Camarote, open bar?. Parece que apenas anunciamos a morte. A proclamação da vida de Cristo consiste em florescer a vida como ele fez, entendo a mão, não excluindo, não se aliando a um grupo de elite. Este participar da Eucaristia realmente implica responsabilidade, afinal se não temos propósito e não acreditamos, par que comungar?....satisfação psicológica?
O caminho realmente é árduo se não cremos no propósito do Pai e nos ensinamentos do filho perde o sentido de vez.

MOTIVAÇÃO

As ações em nossa Forania, relacionadas ao Dia Nacional da Juventude e à Campanha Nacional Contra a Violência e Extermínio da Juventude, pede-nos como Cristãos, inclusive participantes e alimentados pela EUCARISTIA, ações práticas pertinentes a missão.
Nos momentos de preparação, a idéia da Marcha esteve presente em diversos momentos, e vejo agora, uma certa falta de motivação por parte de alguns e aviso, talvez este não seja um artigo em que ficaremos confortáveis.
Em inúmeros momentos vemos as atitudes de Cristo muito além dos muros das Sinagogas... aliás, não sou perita em Bíblia nem nada assim, no momento lembro-me de apenas de quando ele, Jesus esteve entre paredes pregando... quando tinha seus 12 anos e falava aos doutores... Do mais, lembro-me das ações deste mesmo Jesus, um pouco mais amadurecido, exatamente fora dos templos... E fora dos templos, não estava passeando, estava construindo o Reino de Deus, o reino de Paz e Justiça... Nessas horas lembro-me de Frei Betto ao dizer que,
"Jesus não morreu nem de hepatite numa cama, nem de desastre de camelo numa esquina de Jerusalém, morreu exatamente como Vladimir Herzog ou como Frei Tito, foi preso, torturado e condenado à pena de morte vigente na Palestina do Séc. I, por dois poderes constituídos. Anunciar o Reino de Deus no Reino de César era altamente subversivo..."
E hoje, continua sendo subversivo à ordem imposta pelo sistema opressor que ainda o povo de Deus vive... Muitos irmãos são torturados e condenados a morrer lentamente, a perder a vida dia após dia pelo sistema vigente não mais apenas na Palestina, mas no mundo afora no século XXI, pelos poderes constituídos... Anunciar esse Reino, continua sendo subversão à lógica... por isso inventam formas maquilantes deste Jesus, por isso colocam-no num pedestal, distante do seu povo, por isso fazem dele o Rei que vem fazendo... o Rei que pede de nós a concentração na nossa vida após a morte... um Rei que promete tranquilidade depois que merecermos o Paraíso...
Irmãos, atentemo-nos para o Evagelho de uns três domingos... Só quem for Batizado na água que Cristo foi, só quem agir como ele agiu alcançará o Reino... e isso, significa sairmos de nossas casas, de nosso conforto e lançarmo-nos contra todas as injustiças que presenciamos... Não adianta-nos ver a realidade que massacra a juventude e assistir ao Domingão do Faustão, a transmissão do Brasileiro, ou mesmo ir à Missa nas Paróquias, alimentar-se do Corpo de Cristo e não mostrar o motivo pelo qual fizemos a opção por SEGUIR JESUS. Seria como nadar e morrer na praia! E digo mais, nossas ações não devem ficar num simples momento de 30 minutos de caminhada por nosso Bairro. Para este ano mesmo, acredito que devamos começar junto aos Conselheiros Tutelares que concorrem as eleições projetos e parcerias, e sempre estarmos perplexos a tudo que hoje parece normal... E a perplexidade por sí, não resolve também...

Bom, não vim para fazer sermão... e sim motivar-nos a participar deste importante momento, pois: ser Jovens A Caminho, significa caminhar junto a Jesus e seus Discípulos, que perseguidos pelo poder e opressão firmaram-se no propósito de construir o Reino de Deus, denunciaram as injustiças e fundaram as primeiras comunidades Cristãs, onde todos tinham tudo em comum... Ser Totus Tuus - é ser todo Seu Maria, e ser todo de Maria, é caminhar com Jesus e os homens da Terra imagem e semelhança de Deus, rumo ao Calvário, sofrer com os que sofrem é, estar junto e presente na luta e na caminhada. Ser Filhos de Maria, é ser de fato o próprio Jesus Cristo, que dá a vida pelos irmãos de fato na luta, contra a opressão e todas as formas de exclusão. Ser Jovens Amigos de Cristo, é compadecer-se da luta dele e caminhar com ele, estando junto na agonia dos que com ele sofrem e sendo leal ao amigo Jesus não deixar ser em vão a luta Dele contra as injustiças que foram e ainda são cometidas. Ser Jovens Unidos a Cristo, é estar de fato unido a Cristo em seus propósitos, lutas e sonhos... é unir-se a todos, imagem e semelhança de Deus, templos do Espírito Santo, na construção do Reino de Deus e na luta pelo fim de todas as amarras. E ser Jovens Unidos Reconstruindo o Amor é entender o infinito e incondicional amor de Cristo e reconstruí-lo em nossa atualidade, é dedicar-se a reconstruir o amor enquanto atitude primeira de Deus e de Cristo, e demonstrar essa construção na na busca pelo Reino de Deus e na ação profética que denuncia toda a opressão.

Professamos nossa fé a cada celebração Dominical, alimentamo-nos do Corpo de Cristo e ousamos dizer Pai Nosso... portanto temos uma missão... Escolhemo-la. E não foi fácil nem mesmo para Jesus.

"tenho de lutar, tenho de gritar ai de mim se não o faço."

AMOR (IN) condicional

Há uns dias nosso companheiro Darley veio nos agraciar com as reflexões acerca do Amor. E nessas reflexões, observo que devemos e muito, ampliar mesmo nossos conceitos sobre o Amor.
A concepção de Amor como coisa de carne, fez com que muitos de nós esquececemos o que os discípulos a Caminho de Emaús ao verem Cristo revelado na fração do Pão sentiram... sentiram o amor incondicional ao próximo... "E disseram um para o outro: Porventura não se nos abrasava o coração, quando pelo caminho nos falava" Lc 24, 32. Sentir o ardor no coração que Cleófas e seu amigo sentiram, não se sente com os amores sejam eles carnais, platônicos ou o "amor da vida" de um ano, aquele que no ano seguinte, não queremos nem ouvir falar...

O exercício de amar, exercício sim o considero pelo fato de termos de aos poucos libertarmos do que nos impede de verdadeiramente amar e de expressar essa nossa afetividade.
Particularmente, gosto muito de abraços... não sei, mas parece que ao abraçarmos, sentimos um coração próximo do outro, e claro, culturalmente somos levados mesmo a acreditar que o coração é a fonte de amor e afeto. Sei que num abraço, sinto a proximidade com as pessoas. E venho observando mesmo a dificuldade que uns e outros tem (reforma ortográfica, esse tem tem acento ainda?)de abraçar-se... Em muitos momentos, junto aos jovens e adolescentes, é necessário mesmo dizer "neste momentos não somos homens nem mulheres, somos pessoas que se abraçam"... e o pessoal ainda trava.
O que o mundo perdeu na concepção de amor foi exatamente isso. O entendimento de que amor, é muito maior do que as questões de gênero e que, deixar-se sentir o 'coração em brasas' é muito maior que desejos carnais e orgasmos.
Nos, 'tempos modernos' vivemos o amor condicional... Existem condições para amarmos... amamos quem nos convém, quem nos 'apetece', quem achamos aparentemente belos, quem tem boas relações sociais, quem tem bons amigos, quem tem confortáveis situações financeiras, quem pensa milimetricamente igual a nós, quem é perfeitinho... Amamos quem nos ilude, quem nos ampara quando precisamos, quem puxa nosso saco e passa a mão em nossas cabeças quando cometemos erros... Amamos quem nos agrada e agrada a nossos amigos e parentes, amamos as coisas superficiais... Amamos sem sentir o ardor no coração; Pois nos 'tempos modernos' amar incondicionalmente não tem lugar... Amar como Cristo amou,não cabe mais. É ultrapassado. Mesmo que dizemos AMAR e SEGUIR este Cristo.
E AMOR INCONDICIONAL significa amar quem quer que seja e de diversas formas... E dessas formas, que a própria sociedade inventou para fragmentar o amor, acredito que EXISTA APENAS UMA... o AMOR FRATERNO. Até mesmo na escola, [ironicamente] laica, aprendemos que amor fraterno seria o amor entre irmãos, e ensinam ainda as outras fragmetações de amor... ERRO! Amor não se parte, não se fragmenta. Amor Fraterno, está relacionado ao amor entre irmãos, portanto, deveria existir um só amor, exatamente esse... No Cristianismo aprendemos que somos irmãos. Portanto, o amor a que deveriam reverir-se, é exatamente este, o amor entre irmãos, do qual pode ainda derivar amor filial, conjugal etc.

E finalizando, esse AMOR FRATERNO E INCONDICIONAL quem consegue sentir, sente o coração abatido exatamente como sentia os discípulos a caminho de Emaús ao ver os rumos que os tempos modernos levam o amor, ao ver uma pessoa bater em outra pela rua, ao ver crianças e adultos disputando espaço com carros nas avenidas puxando uma carroça de lixo, ao ver um menino cheirando cola, ao ver algúem morto pela violência no trânsito, ou ouvir história de que alguém foi sexualmente violentado... ouvir isso, e não desejar o mesmo ao violentador, quando este chegar à prisão... pois na concepção de amor incondicional, a condição de ser estuprador, não o faz menos digno de ser amado... AMOR FRATERNO E INCONDICIONAL, é mesmo ainda (isso para mim principalmente), ver que também aqueles que defendem as Leis e a Ordem na sociedade, são tão dignos de ser amados quanto os que vivem atrás das grades, ou em meio ao tráfico, pois são todos vitmas da concepção deturpada de amor, a qual hoje, é apresentada.
E sente arder o coração, quando vê uma pequena injustiça que seja, sendo superada...

domingo, 25 de outubro de 2009

TEMPOS MODERNOS: E A VULNERÁVEL CONCEPÇÃO DE AMOR

É impressionante que as relações humanas e sentimentais acolheram de braços abertos a era revolucionária da modernidade, que tem o codinome “tempos modernos”, é perceptível as influências negativas da mecanização dos hábitos na vida cotidiana, nos gestos e no campo da afetividade. As ações humanas se concentram nas satisfações que esperamos obter das relações, isso por que há um distúrbio de valores que percorre a rede de relações sem a mínima preocupação em criar vínculos. A velocidade e o processo de distanciamento entre as pessoas talvez seja o fato mais evidente desta nova era nas convivências entre as pessoas.
A rapidez da vida moderna proporciona também rotatividade, e essa banalização enfraqueceu os laços sentimentais e afetivos, e o significado de cada um de tais laços. O amor é um sentimento que ganhou outras dimensões por cair nos lábios de pessoas que não estabelecem um fundamento para usá-lo. O uso cotidiano da palavra amor nas poesias, canções, ensaios românticos e principalmente na indústria cinematográfica e nas novelas que mantém um triângulo amoroso, a arte invade a vida e amor vira ficção sem fundamento e essência.
Mahatma Gandhi por meio da política teve um gesto amoroso para com o povo. A sua ternura essencial para com os pobres o fez preso da sua própria vontade de liberdade dos outros, sempre guiado por seus princípios, a força da vontade e a não violência. Porém os ventos da modernidade trouxe a necessidade de soluções mais rápidas, isso significa, inevitavelmente, a facilitação dos testes pelos quais uma experiência deve passar para ser chamada de amor. Em vez de haver mais pessoas atingindo mais vezes os elevados padrões de amor, esses padrões foram rebaixados. Como o resultado, o conjunto de experiências às quais nos referimos com a palavra amor expandiu-se muito. Noites avulsas de sexo são referidas pelo codinome de “fazer amor”.
É evidente que com a expansão e o aumento das possibilidades de se fazer cada vez mais amor, as pessoas tendem a chamar de amor mais de uma de suas experiências de vida, o que não garantiria que o amor que vivenciam atualmente é o último. O que é pior que as experiências amorosas alimentam a convicção de que amar (apaixonar-se, instigar o amor) é uma habilidade que se pode adquirir e que o domínio dessa habilidade aumenta com a prática e a assiduidade do exercício. Pode se acreditar (e freqüentemente acreditam) que as possibilidades do fazer amor tendem a crescer com o acúmulo de experiências; que o próximo amor será uma experiência ainda mais estimulante do que estamos vivendo atualmente, embora não tão emocionante ou excitante quanto a que virá depois.
“A satisfação no amor individual não pode ser atingida”. Amar significa abrir-se ao outro e ao destino, a mais sublime de todas as condições humanas, em que o medo se funde ao regozijo num amálgama irreversível. Abrir-se ao destino significa, em última instância, admitir a liberdade no ser. A concepção de amor ganhou no passar dos séculos um significado de aparências por uma invenção burguesa na França, ligando o amor exclusivamente a vida conjugal. É, realmente é difícil dizer o que é o amor, mais é simples identificar o que não é.

NãO VEJO na TV...

Contrariando agora ao pessoal do Charlie Brown Jr. não vejo na TV o que eles falam sobre o jovem... pois quando vejo algo, o que falam pouco condiz com a realidade. Claro, fragmentarão tudo, serão parciais...

Não sou de estatísticas... mas em certos momentos, elas mostram a realidade, e cabe-nos pensar a cerca dos números...
Em Goiânia e Aparecida de Goiânia, a cada 38 horas, um jovem entre 15 e 24 anos é assassinado;
Na Capital, a cada 10 mortos, 4 são jovens;
1151 jovens foram assassinados em 2008 na cidade;
O Brasil, está em 5º Lugar no Ranking de 83 países em taxa de homicídio juvenil;

E na TV, nunca nada disso é dito... Dizem apenas que trafiantes derrubaram um helicóptero...
AS condições pelas quais os policiais tiveram de tornar-se policiais e as condições pelas quais traficantes se tornaram traficantes, nunca são nem serão mencionadas... pois não precisamos ir às raizes de nada... precisamos apenas ver os fatos e jamais perguntar os motivos pelos quais acontecem!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

PROGRAMAÇÃO

Axé, continuamos com a força e luz de Deus realizando nossos projetos.

E estaremos realizando o primeiro momento de Nosso DNJ neste domingo dia 25-10 na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, Bairro Goiá. A Celebração iniciará as 18h, esperamos por vocês!

Nosso segundo encontro, será dia 14-11 na noite cultural, quem quiser apresentar seus talentos, fale conosco...
E encerraremos nossos momentos do DNJ 2009 dia 15-11 com a Marcha contra a violência e Extermínio da Juventeude, onde em um silencioso protesto, caminharemos a partir das 18h pela Av. Tóquio no Residencial Goiânia Viva, em Sentido à Paróquia Santa Maria, onde receberemos o envio na Celebração Eucarística do João Braz.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

INTERESSES PRIVADOS, INSEGURANÇA PÚBLICA (violência parte I)

A polícia apresenta suas armas, escudos transparentes,
Cassetetes, capacetes reluzentes, e a determinação de manter
Tudo em seu lugar.
O governo apresenta suas armas,
Discurso reticente, novidade inconsistente
E a liberdade cai por terra
Aos pés de um filme de Godard
(Herbert Vianna)

A crescente onda de violência nos centros urbanos preocupa a população que sofre com a falta de segurança, que cresce de forma cada vez mais exorbitante, e a sensação é que os fatos reais vão além das estatísticas apresentada pelos órgãos responsáveis, e divulgados nos meios de comunicação. A segurança é considerada um direito básico de todo cidadão, e garantida pela constituição federal, porém já se tornou um grave problema social pela sua proliferação nas diversas camadas da população brasileira e mundial.
O governo que é responsável por garantir segurança aos cidadãos carrega em si uma grande contradição, pois as instituições governamentais que cuidam da segurança dispõem de instrumentos repressivos que ao invés de garantir a ordem provoca revolta e insegurança na sociedade. A criminalização do indivíduo no Brasil sofreu algumas alterações, mas ainda há vestígios do período de ditadura vivenciado no país, principalmente na figura exercida pelo policial, que carrega grande status na representação de poder e autoridade, por isso o cargo não deixa de ser um emprego bastante almejado, o que pode representar um grande perigo, por existir pessoas, que possuem um instinto justiceiro, maior que o controle psicológico.
E cada vez que as instituições de segurança se revestem de aparatos tecnológicos fica evidente o distanciamento dos órgãos com a sociedade, e revela também que o poder público não tem o interesse em contribuir na formação social do cidadão “crianças, jovens e adolescentes”. Tal como pude ver na parede de uma cidade no interior de Goiás que dizia algo mais ou menos assim, “cuidai de vossas crianças, para que não seja preciso punir os homens”. É necessário pensar o que provoca a violência, inegavelmente é um problema social também, e isso, não é questão de polícia.
Nas últimas noticias sobre segurança mostrou que Goiânia tem cerca de 10 mil câmeras nas ruas da cidade, equipamentos de alta tecnologia, uma câmera para cada 120 moradores. Não há o mínimo de interesse de julgar a eficiência das câmeras e aparatos tecnológicos, mas é fato que os índices concretos de violência não diminuíram e a sociedade não sente maior segurança por isso, ao contrário, existe a sensação de estar sendo vigiada. E isto afasta cada vez mais o sonho de um sistema de segurança comunitário, com agentes que auxilie a sociedade nos bairros, nas ruas e praças. A manchete do mesmo jornal alguns dias depois, mostrou que a polícia não consegue reduzir os índices de violência na capital.
Neste ano de 2009 a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), realizou dentro da campanha da fraternidade um tema relacionado com segurança pública, FRATERNIDADE E SEGURANÇA PÚBLICA, com o lema A PAZ É FRUTO DA JUSTIÇA. O interesse em debater segurança pública, com a finalidade de colaborar na criação de condições mínimas de convivência, portanto ter uma vida melhor por meio da promoção da cultura da paz, fundamentada na justiça social é válido e convoca a todos para responsabilidade de contribuir e agir conscientemente nas atividades sociais.
A sociedade pode estar secularizada ou laicizada na vida pública, mas isso não exclui que a religião tenha uma forte presença nas questões sociais. É uma importante manifestação da igreja com um tema que é de todos os brasileiros, e existe a necessidade das instituições (eclesiais, privadas etc.) se abrirem ao diálogo com a sociedade, infelizmente não conseguiremos respostas prontas sobre segurança no país, mas é através das relações que iremos conseguir encontrar um possível caminho. Se procurarmos entender qual é o movimento da violência, na maioria das vezes iremos ver que é da periferia para o centro, agora por que acontece isso? Quem está na periferia? O que falta na periferia? Qual é a solução? A partir de experiências não muito agradáveis é possível encontrar essas respostas.
A marginalização de alguns bairros nas regiões metropolitanas é comum, isso por carregar um longo histórico violento de roubos, assaltos, assassinatos e mortes. É uma generalização que mancha não só um bairro ou região, mas cada cidadão íntegro que ali habita, vale ressaltar que, cidadãos que pagam impostos, por isso é necessário saber nestes que casos que o poder público se oculta. Alguém financia a violência por não agir contra ela, e por desviar dinheiro que seria destinado a saná-la. Onde somente existe a cobrança de impostos, e não há direitos básicos “saneamento, saúde, segurança” inevitavelmente cresce uma ali população carente e enferma.
Garantir segurança não é domesticar os cidadãos, mas sim fazer valer a liberdade de cada um em exercer suas atividades cotidianas, e não é uma liberdade vigiada. A violência e a crescente criminalização não é problema único do setor público. Estão incluídos no processo entidades e instituições que compõem a sociedade, que fazem parte no processo de formação de um cidadão, envolvidos dentre outras, (família, a escola, professor, igreja etc.) Investir somente em instrumentos tecnológicos e de coerção física na tentativa de reprimir os transgressores da lei, é abandonar a oportunidade de investir na formação básica de qualidade dos cidadãos, portanto se deixa de cultivar a cultura da paz, para esperar por mais um bandido.