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domingo, 25 de outubro de 2009

TEMPOS MODERNOS: E A VULNERÁVEL CONCEPÇÃO DE AMOR

É impressionante que as relações humanas e sentimentais acolheram de braços abertos a era revolucionária da modernidade, que tem o codinome “tempos modernos”, é perceptível as influências negativas da mecanização dos hábitos na vida cotidiana, nos gestos e no campo da afetividade. As ações humanas se concentram nas satisfações que esperamos obter das relações, isso por que há um distúrbio de valores que percorre a rede de relações sem a mínima preocupação em criar vínculos. A velocidade e o processo de distanciamento entre as pessoas talvez seja o fato mais evidente desta nova era nas convivências entre as pessoas.
A rapidez da vida moderna proporciona também rotatividade, e essa banalização enfraqueceu os laços sentimentais e afetivos, e o significado de cada um de tais laços. O amor é um sentimento que ganhou outras dimensões por cair nos lábios de pessoas que não estabelecem um fundamento para usá-lo. O uso cotidiano da palavra amor nas poesias, canções, ensaios românticos e principalmente na indústria cinematográfica e nas novelas que mantém um triângulo amoroso, a arte invade a vida e amor vira ficção sem fundamento e essência.
Mahatma Gandhi por meio da política teve um gesto amoroso para com o povo. A sua ternura essencial para com os pobres o fez preso da sua própria vontade de liberdade dos outros, sempre guiado por seus princípios, a força da vontade e a não violência. Porém os ventos da modernidade trouxe a necessidade de soluções mais rápidas, isso significa, inevitavelmente, a facilitação dos testes pelos quais uma experiência deve passar para ser chamada de amor. Em vez de haver mais pessoas atingindo mais vezes os elevados padrões de amor, esses padrões foram rebaixados. Como o resultado, o conjunto de experiências às quais nos referimos com a palavra amor expandiu-se muito. Noites avulsas de sexo são referidas pelo codinome de “fazer amor”.
É evidente que com a expansão e o aumento das possibilidades de se fazer cada vez mais amor, as pessoas tendem a chamar de amor mais de uma de suas experiências de vida, o que não garantiria que o amor que vivenciam atualmente é o último. O que é pior que as experiências amorosas alimentam a convicção de que amar (apaixonar-se, instigar o amor) é uma habilidade que se pode adquirir e que o domínio dessa habilidade aumenta com a prática e a assiduidade do exercício. Pode se acreditar (e freqüentemente acreditam) que as possibilidades do fazer amor tendem a crescer com o acúmulo de experiências; que o próximo amor será uma experiência ainda mais estimulante do que estamos vivendo atualmente, embora não tão emocionante ou excitante quanto a que virá depois.
“A satisfação no amor individual não pode ser atingida”. Amar significa abrir-se ao outro e ao destino, a mais sublime de todas as condições humanas, em que o medo se funde ao regozijo num amálgama irreversível. Abrir-se ao destino significa, em última instância, admitir a liberdade no ser. A concepção de amor ganhou no passar dos séculos um significado de aparências por uma invenção burguesa na França, ligando o amor exclusivamente a vida conjugal. É, realmente é difícil dizer o que é o amor, mais é simples identificar o que não é.

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