Sites Parceiros

www.casadajuventude.org.br /// www.pjmp.mahost.org

domingo, 25 de abril de 2010

BRASÍLIA: SONHO E PESADELO

Brasília nasce no horizonte do planalto central, que numa topografia plana e hidrográfica coloca em contraste, as árvores de folhas grossas e troncos retorcidos do cerrado, com as linhas leves e sutis de Oscar Niemeyer. O choque entre curvas sinuosas de concreto sutil, e poético, e a poeira que o vento levanta é inevitável. Brasília representa um sonho da necessidade brasileira de uma nova capital, plana em igualdade e direitos, mas significa inversamente um pesadelo para aqueles que molharam com suor o cimento que virou o pilar central do palácio da Alvorada

Na comemoração dos cinqüenta anos de Brasília não faltam elogios à capital federal, de fato, Brasília simboliza a realização de um sonho político nacional, um marco na história de um que país que busca planejamento interno e posição internacional. A ocupação da região Centro-Oeste brasileira no planalto central e uma significativa descentralização do poder político das regiões sul e sudeste.

Nas palavras de Niemeyer e de Lúcio Costa, que são significativamente os responsáveis pela construção de Brasília, a capital federal seria um lugar de igualdade entre, funcionários públicos administrativos, parlamentares e os respectivos trabalhadores. Lucio Costa pensou assim na idealização do plano piloto, e não era utópico, visto que nos primeiros anos da construção assim conviviam arquitetos, engenheiros e urbanistas. As asas sul e norte era o equilíbrio deste sonho chamado Brasília, sonho sustentado por trabalhadores brasileiros.

Infelizmente o destino não reservou nenhuma das asas do plano piloto aos trabalhadores que se abrigaram no encosto da cidade, vulgo “cidades satélites”. A historia de Brasília é também uma história de negligência e indiferença com o ser humano. Brasília representa a vergonha e a frustração de um ideal que reservava sol a todos os cidadãos, representa ainda a ingratidão e a in-receptividade de um anfitrião egoísta que á alguns deu céu e a outros apenas poeira.

A construção da capital evidencia o progresso civilizatório da humanidade, mas coloca em questão o progresso moral humano. Afinal há um progresso no desenvolvimento moral do homem?
O Brasil é feito de mãos que contribuem para o desenvolvimento, mãos de Juscelino Kubitschek, de intelectuais e de trabalhadores, mas sempre há que fica a ver navios.

Brasília não é somente céu azul, cidade de ruas largas e limpas, para alguns é ausência de céu e de perspectiva de vida. Há um mundo de abandono onde gera violência e repressão que é fruto deste sonho “egoísta” e mal planejado. E não me referi ao cenário político representado na capital federal, visto que a vergonha política não é de todos os brasileiros, Brasília neste sentido é apenas um palco. Pois então, que olhemos as noticias a partir de uma visão periférica, pois a verdade que surge do centro é construída conforme os interesses.

Nenhum comentário:

Postar um comentário